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terça-feira, 29 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Lamentação

Ai de mim!
Nesta falta tua
Neste meu desesperado amor
Que retira minhas chances de lutar
Que me deixar presa no ficar
Quando tudo que eu desejo é partir
Ai de mim!
Quando a noite repousante cai
E fico a me arder em ais, inconsolada
Com esta falta inexplicável de paz
Ai!
O ar se colore de aromas
É tua presença anunciada
Outra vez minha risada
Outra vez o calor dos braços teus
E tristes, os olhos meus
Já se preparam para o adeus
Ai de mim, meu Deus!

Toda a essência Mulher

Ser mulher é pra poucas...
Dom inexplicável
Feminilidade incontida
Entre o doce arfar dos lábios quentes...
Sê-la sem máscaras, sem farsas, sem prodígios
Sê-la com se é rosa, doce, simples e eternamente bela
Que sua sensualidade seja pura, ingênua e irresistível
Que tenha um olhar distante, marcante e profundo
Que os olhos encantem
Os cabelos balancem e no ar fique o perfume
Que no intimo seja menina
Doce e suave
Como a primavera em flor
E me amas

Vem
Porque minha alma clama por ti
E meus passos estão sob as sombras dos teus
Na minha angustia me perdi de ti
E desconfiei que não me tinhas amor
E meu olhar via sem enxergar
No teu templo eu não te encontrei
Inglória busca, desisti de te procurar
Que adiantava se minha fé era vazia?
E dobrava os joelhos, mas não o coração?
Inglória arte de fingir devoção
Fui embora então
Mas te encontrei nos olhos do meu irmão
Na criança carente e pedir atenção
Nas flores do campo, no céu cinzento do entardecer
Tu sempre estás em tudo
Em todos os caminhos que sigo
Em todos os passos que dou
E se isto não é amor,
Que mais pode ser, Senhor?
Abandono

Eu sofro ao ver meu irmão neste chão
Porque sei que ele não vai se levantar
Escuto sua voz clamando por respeito
Escuto outros a rir de seu pesar
Suas lágrimas se confundem com as minhas
É uma dor que já não posso suportar:
ele lutando contra sua miserável condição
e eu sofrendo por não poder lha dar a mão...
Chora meu irmão
E sua dor vai invadindo o peito meu
É este meu semelhante que está jogado ao chão
É esta a sorte deste abandonado irmão
E eu aqui sem poder lhe dar a mão
E estes rostos acompanham o que sou
Vai arrancando a certezas que eu tinha
E me percebo tão solidária em sua dor
Mas a mim eu sei que não me falta amor
Já meu irmão só entende coisas de dor
Foi a miséria que ele sempre conheceu
E se eu apenas observo os passos seus
O que será do meu irmão, meu Deus?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009


Nos jardins da babilônia, os papiros eram mais que bonitas plantas, este vegetal era utilizado na fabricação de papel e de adereços para as mulheres. Elegantes e altivos, os papiros são plantas sem flores, mas dotados de pecualir beleza.
Entardecer em Cachoeira
Este sol
que clareia a manhã destas calçadas
e que no fim da tarde doura as águas
se esconde atrás da velha ponte
e, despedindo-se sorrateiro
retira do céu seu brilho faceiro
no entardecer de Cachoeira...
Neguinhas
Elas não brigam, não disputam
apenas escutam, observam os passantes
e sentindo seus destinos semelhantes
enfileiram-se fogosas
de ancas salientes e pele oleosa
a seduzir seus interessados observadores
eles não lhes caem de amores
mas sente na textura de seus contornos
o amor do artista que as criou...
Show animado

Eles tocam para os passantes,
ou para si mesmos?
Não se sabe qual é o ritmo
nem quem os contratou
mas eles permancem entusiasmados
tocando e cantando
faz parte do Show.
Na feira do Porto de Cachoeira
tem até sapo cantor
Feira do Porto de Cachoeira é uma mistura de arte e calor humano que enriquece a orla de Cachoeira e cria um ambiente agradável e inusitado. São artistas de todo o Recôncavo que vêm de suas cidades mostrar seus trabalhos e formar a feira criativa que todos os anos atrai turistas de toda a Bahia. Isto é Cachoeira, terra de alegria, de tranquilidade e felicidade, isto é Bahia!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Aos poucos
Transformei-me em muitos outros
E minha essência escorrendo pelos cantos
Entrelaçando outras histórias
Misturada a outros amores
Compartilhando outras dores, outros pesares
Minha vida, um arranjo indefinido
Que agora vai ganhando outros sentidos
Tantas vozes aqui dentro formam um hino
Sou eu ou são estes outros
Que aos poucos me dominam?
O que sei de suas vidas, de suas partidas?
O que sei de seus temores, seus desejos?
O que sei dos seus caminhos, dos espinhos, das vitórias?
Sei o que me revelam e
se me revelam é porque esperam
E em mim anseiam por novos caminhos
Quem sou, para arrancar-lhes seus tormentos?
Sou, ou simplesmente estou, jornalista
Minha história vai se misturando a deles
E vou-me completando em suas vidas
Mas não as tenho em minhas mãos
Estou sempre a participar de suas lidas
Mas minha certeza é a partida
Pois ao jornalista, outras histórias sempre virão.

sábado, 19 de setembro de 2009

Inspiração

É assim...
mesmo que eu não queira, ela vem
se esgueira pelos cantos, se instala
Desarma minha guarda
denuncia quem sou
Não falo aqui de amor, nem mesmo de dor
Falo de algo que está tão junto a mim
pregado ao peito meu
e que não existo separada dela
Falo de primaveras, de cores e sabores
falo da menina na janela
a espera de amores
falo de pranto, de angústia, de querer-bem
falo de saudades, loucuras e sonhos de alguém
Falo de POESIA, só ela reina em mim
e por ela vivo assim
a escrever e dizer coisas de sonhos
como uma história que nunca terá fim...
Marilene Gonçalves