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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

revoltada

Estou revoltada
com o sistema doido
com a pressa alheia
com a crise infinda
com meus cabelos curtos
e esta vida tão corrida!
Acaba-se o sono
as crianças continuam na rua
ninguém repara mais na lua
e eu estou revoltada!
Eu nao quero nada, só um recomeço
acho que mereço
andar em outra estrada!

Impasses

Quando eu me prometi te esquecer, eu não brincava
Apenas treinava, gostar mais de mim
E me sentir bem comigo mesma
viver a minha paz...
Precisava de um motivo pra não mais te querer
e sem querer descobrir que esquecia de mim
toda vez que lembrava voce!
Desta forma, estou sem forma
Não pretendo fazer novas promessas
que talvez, eu sei, nem cumpra!
Mas pretendo amar-me, silenciar-me
pretendo apenas ser natural
Ma é uma sina infernal, toda vez que desisto
Voce aparece, fala-me sério ao ouvido
te quero outra vez, irracional...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Amigos são presentes de Deus!


Amigos a gente não escolhe, a gente encontra
é como nuvens espalhadas pelo céu

Tem sempre uma com formato desigual

É como flores no imenso campo da vida

Há sempre alguma que nos é especial

Assim é ter amigos, um aroma diferente

Que perfuma a vida da gente

Que faz do dia um momento legal

Se eu não os tevisse, Oh! que triste pesar

Uma vida sem dividir sonhos

Sem encontrar sorrisos

Seria uma vida sem amar!

Mari Gonçalves






















quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Estradas de Minas

As montanhas deslizam na estrada
Ou sou eu que deslizo por elas?
São pessoas, paisagens e lugares
São estradas que me levam pensativa
Terra, terra, terra...
Preenchimento total deste imenso vazio
A presença humana escasseando no caminho
E uma inquieta necessidade de escrever
A terra se desnivela em ondulantes montanhas
E seus contornos me despertam emoção
Vai fazendo estremecer meu coração
Nestas estradas de Minas...
Foto e texto: Marilene Gonçalves
** Poesia criado à caminho de Minas Gerais

Reflexões de fim de ano



De repente, no meio de tudo parei!
Enquanto falavam de missão e testemunho
E lembrei-me de ti ou de mim...
Lembrei-me que nos lugares onde andei
Muitas vezes esqueci de convidar-te
Mas ainda assim me acompanhastes!
Percebi que tu estavas presente
Eu que me ausentava
E quantas vezes me olhastes nos olhos, sorrias!
Mas eu não compreendia!
Ah! Que pena, Senhor! Eu quase te esqueci
Nos meus afazeres diários, tantos compromissos a cumprir!
Pensei estar afastada, pensei trilhar outra estrada
Pensei até que me perdi...
E hoje, sentada no meio do povo
Sorria pra vida de novo, Tu nãos esquecestes de mim!


Mari Gonçalves

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A tristeza de um pensador

Seu Aguinelo faz da solidão uma inspiração artística (Foto: Marilene Gonçalves)

Por Gilvanéia de Souza e Marilene Gonçalves
Figura intrigante de Capoeiruçu, viúvo, 77 anos, aposentado, pai de 27 filhos e dono de um humor peculiar. Este é Aguinelo Bispo de Oliveira, criador de um curioso jardim, que chama a atenção de moradores e turistas, em Capoeiruçu, distrito de Cachoeira.

Seu Aguinelo, apesar da numerosa família, mora sozinho e ocupa seu tempo na manutenção de seu singular jardim. Quem passa por Capoeiruçu se depara com uma casa incomum: além de CD´S, relógios e quadros fixados nas paredes e nas árvores, o ambiente chama a atenção pelo grande número de placas com ditados populares e charadas pregadas na frente da casa.

O idealizador do inusitado jardim tem uma história curiosa. Ele conta que já fez de tudo um pouco. Morou fora do país, ocasião em que trabalhou em Angola. De volta ao Brasil, seu Aguinelo casou-se com Maria Lina Santos de Oliveira e teve com ela 27 filhos. Desejando que seus filhos se espelhassem em personalidades, todos eles foram registrados com nomes de pessoas ilustres, como Castro Alves, Rui Barbosa, Mozart, Juscelino Kubitschek, Gotchall, João Kennedy, entre outros.

Solidão
Quando a esposa faleceu e os filhos se foram, ele passou a colecionar objetos antigos e produzir placas com dizeres e adivinhações, que são fixadas no jardim da casa e renovadas sempre que vão envelhecendo. Emocionado, seu Aguinelo explicou que essa foi a forma encontrada para ocupar o vazio deixado pela ausência da família.

Sobre a ideia de fazer as placas, ele revela: “surgiu da tristeza. Moro aqui sozinho, tive 27 filhos, 14 estão vivos e nenhum vem na minha casa. Que alegria eu posso ter? Quando eu vivia com minha mulher e meus filhos eu não fazia nada disso, mas agora é minha ocupação”.

Além de confeccionar as placas com as adivinhações, seu Aguinelo oferece dinheiro para quem acertá-las. Ele se orgulha do sucesso de seu jardim e afirma que seu trabalho é reconhecido por pessoas de diversos países, pois muitos turistas passam por ali e fotografam a frente de sua casa: “você acredita que isto aí está no Japão? Japão, Suíça, Alemanha… Eu não entendo o que os estrangeiros falam. Os turistas vêm aqui, tiram fotos, mas não acertam as charadas e eu não digo a resposta.”

Com voz triste, ele se queixa que, enquanto os estudantes das Faculdades Adventista da Bahia (IAENE) visitam e elogiam com freqüência o seu jardim, seus filhos e netos não se interessam por sua criação. Seu Aguinelo já ganhou diversos prêmios e até uma quantia em dinheiro, por conta de seu jardim. As premiações fazem parte do projeto Capoeiruçu Mais Bonito, que avalia a criatividade da decoração dos jardins do local. O projeto foi desenvolvido pelo IAENE, como o objetivo de incentivar a limpeza e organização das ruas.

Orgulhoso pela repercussão do seu criativo trabalho, ele conta que Capoeiruçu é sua terra e que jamais irá deixá-la. Questionado se tem algum sonho que ainda não realizou, ele responde, com simplicidade: “Tenho dois. Quero fazer todos os exames, para saber se tem algum problema de saúde e desejo colocar uma dentadura, para ficar com um sorriso bonito, né?”

Solidão

Tão estranho este vazio...
sem ter prazer de me perder
e me encontrar num dia frio
As horas se arrastam sem graça
e aqui dentro corre um rio!