Visualizações de página do mês passado

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu quero a sorte do vento norte
Soprando em meus cabelos quando você chegar
Eu quero a brisa deste horizonte
Fazendo versos pra te encantar!

sábado, 11 de junho de 2011

Se não posso voar

Andarei

Só não posso desistir

Porque não sei!



Mari Gonçalves

A beleza está nos olhos de quem vê

































segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aniversário cheio de amigos!

Hoje,
Eu não contei meus dias
Mas contei os amigos
E hoje eu digo:
Esses poucos me são tão caros
Tenho medo de exibí-los por aí,
Pois são tão raros!

Marilene Gonçalves

domingo, 1 de maio de 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Hoje me sinto pequena dispensável a qualquer presença Uma carência de mim mesma De um sentido para tantos signos De me sentir melhor do que dizem de mim de ser assim o que fui um dia...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ô dó...

meu coração é um só

mas minha vontade, mil

(...)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Risinhos soltos,
baixinhos no silêncio de uma silenciosa conversa...
Mesmo me deparando com os desabafos de minha alma,
você faz um bem danado a mim!

domingo, 20 de março de 2011

Essa ausência de emoção me estremece o coração...

E nenhuma explicação isso requer

Hoje me peguei sentindo saudades... De amores passados, de um afago, um abraço apertado, daqueles que deixa a alma meio que flutuando por uns instantes.

Protesto

Estou cansada!
De fingir o sentimento que nem tenho
E esconder a razão pra te tocar...
Cansei desta hipocrisia
Esta obrigação de ser apenas como querem
E eu?
Estou cansada!
De pensar em diferenças para entender os meus iguais
De complicar a minha vida com sinais
Que ninguém tem a intenção de decifrar
Estou cansada!
Está me matando ocultar a minha dor
E mascarar a verdade do que sou
Que danem-se as convenções
Eu quero mesmo é lhe falar de amor!

O Sentimento



O deserto que cruzo no escuro

Me transforma em alguém que eu não conheço

Alguém melhor do que fui um dia

Eu cruzo meu deserto a pé

Ferida por esta solidão de antigos dissabores

Em companhia de fantasmas e ex-amores

Levada por estas pegadas desfeitas na areia


Eu cruzei o deserto sozinha

Como todo mundo vai fazer um dia

Embora o coração leve uma infinidade de almas

Eu me despi de tudo, mas o deserto é tão frio!

A pressença humana escassa, dói

A solidão, infortúnio dos peregrinos

o deserto está perto de lugar algum


O deserto que cruzo é tão desabitado

Mas tantas vozes me invadem

Miragens apenas, saudades quem sabe

Lágrimas não encurtam este caminho

Mas há oásis há poucas distâncias


O deserto que cruzo sozinha é quente

Como o fogo que arde em minha lembrança

Eu sinto falto de uma companhia

Para pisar nestas areias do tempo

Para fazer valer minha existência

Para que a minha alma ganhe o firmamento

O deserto que cruzo é o sentimento


segunda-feira, 14 de março de 2011

Sou eu quem parto



Por tanto tempo lamentei partidas

E maldizia quem ia

Chorando a dor de quem fica


Por tanto tempo ignorei motivos

Remoendo a insanidade de quem vai

E agora sou eu quem parto...


E deixo saudades acumuladas

Minha ausência anunciada evoca um vazio


Por tanto tempo imaginei indiferença

E quem partia, indiscutível carrasco

Nunca refleti motivações, sempre julguei culpados

E agora Parto...


No lábio sabor amargo

A sensação de que os pés se vão

Mas o coração permanece, fenece

E quantas vezes me senti sozinha

Angustiada pelos passos de quem ia

Imaginando que a dor do ficar

É tão mais tamanha que a do caminhar

E parto hoje...


Com o peito entorpecido, em chamas

Com o amargor de deixar quem se ama

Com o insuportável desejo de ficar

Ah! como errei!


Quem fica tem lembranças, esperanças

Quem vai, somente vai, pesaroso vai

E se cansa, mede distâncias,

Remói o passado, tão constantemente assombrado

Sou eu quem parto agora...


Sobressaltada por minha memória

Ardendo por dentro esta coletiva ausência

Fazendo presente os sorrisos soltos

As mãos vazias de carinhos alheios


Quem fica sofre, padece

Quem parte, ah! quem parte

Jamais se esquece!


sexta-feira, 11 de março de 2011

Eu, Madalena




Eta Madalena! Tu estás tão cabisbaixa, levanta-te daí e corre a fazer graça!
Corre ao quintal, colhe uma muda de coentro, que hoje tem torta de batata!
Avisa a seu zé do leite que o meu azedou
Convida a Mariquinha e vai brincar lá na praça
Mas tire estes sapatos de sua vó Helena de Esparta
Penteia estes cabelos, que o vento vive a bagunçar
Conta-me os teus sonhos que eu te ajudo a sonhar!
Eta Madalena! O teu vestido é tão azul
Tão sereno feito olhos de um grego deus
A tua pele é tão macia que acalenta os dedos meus!
Corre ao encontro do sol, que ele te doura os cabelos
Corre ao encontro da chuva
E depois te aquieta num canto a remoer pesadêlos
Eta Madalena, inquieta flor de mim, menina moça agitada
Quando não se escuta sua risada, sua voz aveludada
prepara-te porque é o fim
Pois a moça Madalena, tão tranquila e tão serena
morre dentro de mim...




quinta-feira, 10 de março de 2011

Adeus

Estou fugindo agora
na noite fria de solidão
Meus passos tão incertos
Descrevem minha tristeza pelo chão
Tão certa estou que parto
que já encontro abrigo onde paro
Só vejo o desejo de ir embora
Esquecer os meus defeitos, as minhas insatisfações
Estou sozinha agora
E já não posso colecionar minhas ilusões
Estou sozinha sempre
Por isso fujo para alguma outra história
Onde haverá mais risos soltos pelo chão
Ou quem sabe, menos solidão...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Confesse

Você é engraçado
sempre soube de mim, do meu querer
E mesmo assim ri de mim, de minha timidez
Sempre sentiu prazer em me tocar
Dizendo-se amigo ao ver minha pele estremecer
Sempre cruzou o meu olhar, pra me conquistar
Mas me remete ao seu contexto, só amizade
Você é mesmo bobo
Prefere viver na eterna luta de conter este fogo
Esta brasa que nos arrasa, mas adormecida está
E fica me rodeando, vigiando meu caminhar
Você é mesmo louco
Pois me invade aos poucos
Sem se dar conta que - é óbvio
é do meu lado que pretende ficar!

Sou




Hoje descobri

Muitas nuances de mim

Tantos sentimentos emaranhados n´alma

E sou

Como pétala ao vento, sou

Como uma saudade à toa, tão boa, sou

E me descrevo em um poema

Que guardo lá no fundo de mim

Respiro poesia, vida e encantamento

Prefiro itensidade do que ser banal

E dentro do meu peito

Viver é carnaval

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bobagens



Com uma poesia breve eu falo de mim

Descanso olhando as estrelas

Faço frases sem sentido pra você

Tudo é beleza recriada em mim

Tudo é paz na serenidade do azul

Tudo é tão possível

Na minha poesia

...

Marionetes e roedores...




Guardo em mim o desejo de ser cada vez mais madura, cada vez mais honesta, cada vez mais sensata e sincera, cada vez mais amiga, mais carinhosa, mais crente... cada vez mais! Não desejo, entretanto, cultivar em mim sentimentos que me aviltam, como rancor, ressentimentos, desilusões, inveja, mentiras, medo, insegurança, etc. O fato é que o dia-a-dia da vida moderna nos confronta com uma série de incertezas, nos faz inseguros, apressados, competitivos, desconfiados, estressados. É complicado manter uma posição equilibrada diante de tantas informações que chegam de todos os lados, de várias origens, de difentes motivações. Me parece cada vez mais difícil assumir uma personalidade em meio a tantas "tendências" que nos exigem um acompanhamento quase servil.



Sempre quando penso sobre essa realidade, imagino aqueles bonecos marionetes que, por mais desejos e sonhos que cultivem, estão sempre à mercê de linhas invisíveis, que lhes molda os atos. Assim também me sinto às vezes, perdida em passos que dei por motivações alheias ao meu desejo, oprimida por um sistema que me obriga a posições que não julgo necessárias à minha existência. Um certo "filósofo" conteporâneo disse: "minha piscina está cheia de ratos, minhas idéias não correspondem aos fatos". Ele, na ousadia e vigor da juventude, foi capaz de denunciar a opressão psicológica que o homem moderno sofre, tendo que se enquandrar o tempo todo em uma padrão comportamental, ideólogico, filosófico, religioso, artístisco, sei lá o quê mais! O certo é que eu não sou eu mesma, já não me caibo na infinita necessidade de ser aquelas outras que "eles" me impõem.



Minha piscina está cheia de ratos, porque penso diferente, porque não gosto de saia balonê nem calça saruel. Porque acho legal ir pra festa e voltar sem ter bebido ou fumado nada e ainda assim ter momentos com alta concentração de serotonina (hormônio responsável pelo bem estar e pelo prazer). Minha piscina está cheia de ratos, porque ainda acho importante ligar para minha mãe e dizer que já cheguei no destino anunciado, dizer aos meus amigos com frequência que eles são especiais, que são caros demais para mim, seja cara-a-cara, seja via scraps, msn, torpedos, twitter, face e outras possibilidades mais.



Eu não quero fazer parte dessa cultura do efêmero, que acha um mico conservar valores familiares, que acha demodê evitar desagradar os pais, ser responsável, fiel, leal! Eu não quero ser mais uma pessoa incapaz de dizer "estou sofrendo", "estou frágil hoje", "eu realmente estou arrependida", "eu penso diferente da maioria"... Falta coragem a uma geração que não conheceu a cautela para dizer te amo com a profundidade de um amor que transcende um corpo bonito, falta uma alma capaz de admirar a outra, mesmo que as duas jamais se enxerguem. Falta aquela paixão que faz tremer, desejar, possuir, mas que depois se metamorfoseia (nem sei se existe essa palavra) em algo mais bonito, mais sereno, mais ágape.



Sou uma reunião de muitas coisas que, no fim, são rótulos, tendências e comportamentos inseridos nos meu ser por pessoas que nunca dei bom dia. Tenho uma piscina entupida de ratos, pois as minhas idéias não correspondem ao que me ordenam todo o tempo, tenho um desejo extremamente paradoxal de ser diferente, de ser o que minha alma grita, de ser aquela que também está no teatro, mas aquela assiste e não aquela encena com fios invisíveis presos ao corpo.



Às vezes sinto medo de mim. Não que me considere um perigo aos alheios, mas, com medo, me digo o tempo todo: "cuidado para não descobrir o óbvio. Cuidado para não enxergar todos os 'nossos' defeitos, senão você deixa de crer que existe mesmo o homem".

Ah! se pelo menos houvesse mais gente interessada em conter os roedores...

Autora: Marilene Gonçalves

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

No primeiro dia




Meus amores, todos equivocados

Seguindo uma lógica imaginária

De detalhes de estórias nunca vividas

Me sinto em um quarto escuro

Nesta ausência de tudo, mudez absoluta

Apenas lembranças de um tempo quase feliz

Tantas pessoas neste mundo

E nenhuma cabe em mim, em minha solidão

Na paisagem desértica de meu coração

Tantas coisas ainda por dizer

Mas meus amores se calaram

Emudeceram a voz de uma razão imprópria

E eu - tão perdida - cada vez mais menina

Me sinto uma iniciante no primeiro dia

do resto de minha vida



Autora: Mari Gonçalves


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sociedade artificial

Hoje, quando abri meu e-mail, li uma notícia que me fez vacilar: "Pequeno robô da Fujitsu aprende a limpar a louça" (http://br.msn.com/?ocid=iehp). Fiquei me perguntando se alguém já parou para pensar em toda a metamorfose que se esconde nesta simples frase "Aprende a limpar a louça". Aprender supõe pensamento, pensamento supõe existência, que supõe vida... e desde quando uma máquina pode ser dotada de tais características? A máquina não é uma junção de peças programadas para fazer algo e somente? Como pode ela aprender? Mais tarde ela terá também alterações de humor? Se irritará? chorará? Será que a inteligência humana já não está em patamar de risco tecnológico?

Não estou perguntando isso porquê acho que a guerra entre homem e máquina vai ocorrer em breve... Muito embora isso até seja bem possível. Alías, ás vezes penso que ela já ocorre, uma vez que o homem vem perdendo o seu lugar para a máquina. Na verdade o que me entristece e, ao mesmo tempo, me assusta é a tamanha responsabilidade e confiança que o homem retira do seu próximo e deposita em máquinas. Imagine que na atualidade as pessoas passam mais tempo em companhia de máquinas do que de pessoas, elas viraram melhores amigas.

Exagero? Nadinha! Crianças, adolescentes e adultos dedicam horas de seus tempos com ipod, notes e nets books, celulares, computadores, televisão, MP3 e outros aparelhinhos que oferecem diversão solitária. Até as compras, caractéristica consumista de nossa Era, está se reconfigurando para um passeio a sós pela Web, onde está tudo à mão, digo, a um clik.

Em contrapartida as conversas em família estão cada vez mais curtas, a onda do momento é estar sempre "on" ou "plugado" na rede. Os amigos já não conversam, trocam "torpedos" ou "scraps", ou ainda "twitam". Está tudo muito à mão, mas estamos cada vez mais distantes uns dos outros, inseridos em um mundo cada vez mais artificial, cada vez mais robótico e mais programado. E onde fica a naturalidade? Será que nossas emoções também acabarão por ser reprogramadas? Será que a frieza do metal será capaz de suprir a necessidade de calor que mora na alma humana?

As vezes me pergunto se as necessidades que nos acompanharam desde que o mundo é mundo serão substituídas por soluções artificiais, tipo resolver a briga de casal na hora de escolher quem lava a louça. Tudo bem, um robô para lavar a louça não é nada mau, até cai muito bem. Assim também como não é nada mau poder me comunicar com quem está muito longe, assitir a cenas que aconteceram bem longe, transferir uma grana no banco sem sair de casa... tudo isso é bem bom! Mas, ao mesmo tempo, tenho medo, um medo que a máquina jamais terá, pelo menos assim espero. Tenho medo de que quando eu tiver necessidade de um abraço, ou de um consolo diante de uma decepção, olhos de vidro e mãos de ferro tentem me dizer que vai ficar tudo muito bem! Tenho medo de que um dia, alguém anuncie em algum site que conseguiram colocar uma alma artificial em um robô... tenho medo de dormir e acordar em uma sociedade artificial...

Por Mari Gonçalves