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sexta-feira, 11 de março de 2011

Eu, Madalena




Eta Madalena! Tu estás tão cabisbaixa, levanta-te daí e corre a fazer graça!
Corre ao quintal, colhe uma muda de coentro, que hoje tem torta de batata!
Avisa a seu zé do leite que o meu azedou
Convida a Mariquinha e vai brincar lá na praça
Mas tire estes sapatos de sua vó Helena de Esparta
Penteia estes cabelos, que o vento vive a bagunçar
Conta-me os teus sonhos que eu te ajudo a sonhar!
Eta Madalena! O teu vestido é tão azul
Tão sereno feito olhos de um grego deus
A tua pele é tão macia que acalenta os dedos meus!
Corre ao encontro do sol, que ele te doura os cabelos
Corre ao encontro da chuva
E depois te aquieta num canto a remoer pesadêlos
Eta Madalena, inquieta flor de mim, menina moça agitada
Quando não se escuta sua risada, sua voz aveludada
prepara-te porque é o fim
Pois a moça Madalena, tão tranquila e tão serena
morre dentro de mim...




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