Solta-te de mim, ó louca!
E vai fazer o que queiras
Queimar nesta chama inata
Que me devora e me apavora
Como a um rio em tempestades mil!
Que faço eu nestes segundos?
Onde a febre me arde o corpo
Onde o pensamento voa
E meu peito, arfante, entoa
O canto do desejo incontido...
Te finges de amigo, ó carrasco meu!
Mas é teu o mérito de minha loucura
Se eu não tiver tais venturas
Me enche de infiéis amarguras
Pois não é teu, é meu
Esta desejo, esta febre de ter
Um qualquer bem-querer
Que venha a habitar
Neste peito ávido - que chamo de meu...
Por: Marilene Gonçalves
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