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sábado, 23 de janeiro de 2010

Devaneios

Solta-te de mim, ó louca!

E vai fazer o que queiras

Queimar nesta chama inata

Que me devora e me apavora

Como a um rio em tempestades mil!

Que faço eu nestes segundos?

Onde a febre me arde o corpo

Onde o pensamento voa

E meu peito, arfante, entoa

O canto do desejo incontido...

Te finges de amigo, ó carrasco meu!

Mas é teu o mérito de minha loucura

Se eu não tiver tais venturas

Me enche de infiéis amarguras

Pois não é teu, é meu

Esta desejo, esta febre de ter

Um qualquer bem-querer

Que venha a habitar

Neste peito ávido - que chamo de meu...

Por: Marilene Gonçalves

O amor que eu procuro



Se for como um barco - que não seja náufrago


Se tiver desespero - que não perca o rumo


E que se encontre quando me procure


E me procure quando sentir-se só


Que seja mesmo triste ou solitário


Mas que saiba sempre doar um sorriso


E que nunca perca o objetivo


Mas que não encontre certezas tão fortes


Que o deixe convencido!


Que me tenha muito mais que como amada


E quando chore, dê risada


Mas que, acima de tudo


Me faça melhor do que sou!


(... E que a força do medo que eu tenho, não me faça esquecer o que eu sei, porque uma parte de mim é silêncio e a outra parte eu não sei!)


Foto e texto: Marilene Gonçalves

...


De todos que me beijaram


De todos que me abraçaram


Já nem me lembro, nem sei


São tantos os que me amaram!


Mas tú, que rude contraste,


Tú que jamais me beijaste


Tú que jamais abracei


Só tú nesta alma ficaste


De todos os que eu amei!


(Autor desconhecido)

Foto: Erika Talita

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Perdendo os espinhos



Eu, que não gosto de incertezas
Eu, que pouco ligo pra beleza
Logo eu, que estou tão fora de moda
Agora vejo sentido em ser moderna
E esta indefinida sensação que vou voar
E este desejo inquieto de ficar
Quando sei que meu destino é partir
Logo eu, que nunca tive medo do futuro
Agora ando a ruminar minhas incertezas
Clarão do céu que mostra as cartas sob a mesa
Vou descobrindo uma nova forma de caminhar
Ah! Mas que besteira é essa minha agora
De tanto fingir indeferença acabei indiferente
Outras histórias me parecem interessantes
Somente agora eu enxergo mil nuances
Parece mesmo que fiquei fora do ritmo
Qual a diferença
Ninguém entende o que digo
Não tem problema
Já sei bem mais do que apontam meus sentidos
Rua deserta, pessoa incerta, tudo indefinido
Menina mulher, transformação total
Não estou igual, sou nova pessoa e digo:
Com os mesmos amigos.


Fotos: Marilene Gonçalves

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O que é que o Recôncavo tem?

Aqui, belezas inconfundíveis se encontram... tem de tudo, arte, suor e poesia...


Uma arte que é mais que criativa, é a sobrevivência...






Uma gente que é mais que simples, é verdadeira...




Um amanhecer que é mais que sereno, é a própria paz...



Um entardecer que é mais que belo, é a própria exuberância...



Uma cultura que é mais que tradição, é expressão de resistência...



Uma gente que é mais que feliz, é bem-humorada...



Um povo que é mais que alegre, é aventureiro...



Um rio que é mais que longo, é a extensão da vida...

Uma igreja que é mais que um templo, é um louvor permanente...


Uma ponte que liga mais que duas cidades, liga sonhos e poesias...



O recôncavo é mais que uma região
É a Bahia em beleza
Pureza
E magia!

Fotos: Marilene Gonçalves

Então...

Não me tenhas raiva
Se não tens amor
Eu me encontro em brasa
E tudo isso me arrasa - eu não sei se é dor
Deixe a porta aberta
Pois estou incerta se parto ou se regresso
Agora não adianta mais
Já perdi meu cais
Eu não sei se é dor
Eu só sei que a vida
Esta inculta e incontida
Ah! ela me castiga
Eu não sei se é dor, mas pelo menos sei
Não mais amor.